sexta-feira, 16 de julho de 2010

Panela de pressão

Virei uma panela de pressão
Uma panela sem válvula de escape
Aqui no papel escapa uma pouco,
Mas bem pouco...
Te quero por que te quero
Te quero sem por quê!
Te quero sempre assim
Do jeito que tu és
Confusa indecisa ...mas
Talvés feliz.
Sempre sorrindo
Emanando o elan de seu ser
POr perto, aqui do meu lado
Não tenho e nem quero me preocupar
com quem tu esteves ou está
Da tua vida sabes tu
E eu que quase não sei da minha
Já tenho minha ocupações mentais suficientes
Só queria viver nossos momentos
Sem que nunhum fator externo
Nos corrompesse a esse ponto
Ponto crítico.
Algo que surge tão forte quanto as leis da natureza
Mas que é podado pela propotência humana
Prepotência em achar que sabe todo que acontece
Ou pode acontecer
Prepotência de subjulgar as leis naturais
De pensar em preservar oprimindo
Buscando razões para o que não se pode explicar
Meu Deus, como somos tolos
Tentando respirar nesse mar de egos
Nadando num mundo sem sentido
E quando esse aparece, não damos importância
Ou pior, estamos tão atrelados à loucura mundana
Que nem o persebemos
Se o persebemos, o tememos
Tememos pois, tudo o que fazemos ou costumamos fazer
Nos mata um pouco por dentro
Seja no erro ou no acerto
Morremos sempre em pequenos pedaços
Todos eles dilacerados por nossas mentes confusas
Até que o estado deprecivo se instale
E tudo isso por deixar de ser o quem somos
Por deixar o mundo interferir em nós
Por que achamos que somos animais racionais?
Queria saber onde está minha racionalidade
Como posso ser racional com o foco daquelas iris brilhantes
Miradas para o planeta dos meus olhos
O cheiro, o carinho gratuito
A admiração...
Algo que sempre busquei
E agora a racionalidade quer que me afaste
Como queria ser um bicho qualquer
Para que nenhum desses pensamentos eu tivesse
Apenas cumpriria meu papel
sem questões complexas, sem pudores
Sem roupa, tocando corpo contra corpo
Sem palavras e sem tristeza
E sendo assim, a poesia seria a própria vida
E esse caderno não teria sentido nenhum
Mas como as coisas não são assim
A única coisa que faz sentido pra mim
É minha capacidade de escrever
Mesmo que seja assim, torpe, sem técnica
Mas visseral...
Como acho que todas as relações humanas
Deveriam ser.
Com sangue, sangue quente, fervendo
Como na panela de pressão da minha vida
Sinto que a fina crosta que segura o magma dos meus sentidos
Está a um fio do romipimento
Posso sentir os abalos císmicos
Que pré-anunciam a explosão
E como um vulcão ativo que sou
MInha atividade há de influir em todo atmosfera
Nossa atmosfera
Uma vez que essa energia seja canalizada
Da maneira certa, poderia anular meu cataclisma
Mas perdido nesse redemoinho de sensações
Meus pensamentos piroplásticos hão de me levar a destruição
E do magma que será jogado pra fora
Há de tranformar meu coração em pedra
Pedra vulcânica
E, em apenas um segundo na escala geológica
Uma nova vida há de brotar da pedra
Dez, vinte, quarenta mil anos
Não importa
A vida sempre a de brotar
E onde há vida sempre existe uma paixão
Pelo menos uma paixão e milheres de milhões de pensamentos conflitantes
Ou seja, uma grande confusão
Paixão e confusão deveriam ser sinônimos
É da condição humana
Trair, se auto-punir, contradição absoluta
Não aguento mais ser humano
E ter que viver como um ser racional
Quando na verdade, sou só um macaco espertinho
Um macaco que usa garfo e faca
Mas que não se cansa de ter esperança
De um dia ser livre
Livre de todo esse peso que carrego
Estou cansado de levar meu mundo nas costas
Estou exausto de viver sem me jogar de cabeça
No colo daquela mulher maravilhosa
E beija-la, sem ter que roubar um beijo que seja
Acariciar seu corpo, despi-la lentamente
Sentir seu calor, seu suor, seus gemidos
Fazer dela o que ela é, e ao mesmo tempo
Que la me faça o que sou
Eternamente apaixonado.

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