sexta-feira, 16 de julho de 2010

Pedra de gelo

Hoje cheguei a triste constatação que,
apesar de ser como sou,
nasci pra ser uma rocha.
O meu coração, que em tantas vezes,
já pulsou como as asas de um beia-flor,
Não tem mais força pra gerar mais nenhum calor.
Aquilo que um dia fez o ártico derreter,
Agora é gélido e sólido.
MInhas milhares de facetas conflitantes
Não suportão mais se digladiar;
Meus sonhos mais lindos não suportam mais
ficarem no plano onírico, platônico.
Tenho que deixar esse cometa passar,
Esconder-me dentro do gelo, do meu gelo.
Onde eu poça ficar quase inerte, semi-vivo,
Morfinizado, e não sentir mais nada.
Agir só por mera sobrevivência,
viver centrado no que é mais importante
e deixar tudo aquilo que não está a meu alcance
onde eu nem poça ver, nem tocar...
apenas esquecer.
E minha gruta de gelo há de fazer o resto.
Não sei quanto tempo isso pode levar,
mas agora não mais tenho que pensar nisto,
não tenho que pensar em mais nada.
Todas aqueleas palavras bonitas,
páginas e páginas de um sonho
serão guardadas para sempre no bau do esquecimento
enterradas no gelo do meu peito,
na geleira da minha vida.
Que, à deriva, espera por uma correte marítima qualquer,
para me levar pra longe daqui.
Um lugar que o sol devolva minha insguinificante existencia
ao seu devido lugar.

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